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Pensamentos aleatórios

14 de dezembro de 2014

No meio do caminho havia um avião...

O odontólogo AiltonMartins de Oliveira (na foto, ao lado do pai, Nadir de Oliveira) quer transformar um Boeing 737 em atrativo para restaurante em Urutaí

Quem segue viagem pela GO-330 com certeza já se perguntou o que um avião de 32 metros e 35 toneladas faz parado na frente da sede de uma fazenda às margens da rodovia, logo na entrada do município de Urutaí (a 163 quilômetros de Goiânia). Isso porque há quase um ano, um Boeing 737-200 faz parte da decoração da propriedade do odontólogo Ailton Martins de Oliveira. A aeronave ainda passa por reparos, mas em breve deverá ganhar um espaço para exposição e, quem sabe, ser aberta para visitação.

A intenção do proprietário é construir um hangar para guardá-lo e, nas dependências do local, abrir um restaurante. A inspiração para essa ideia audaciosa e, no mínimo curiosa, começou há cerca de 20 anos, quando o já dentista começou com as primeiras aulas para se tornar também piloto. Depois de comandar um monomotor modelo Tupi, Ailton se apaixonou pela aviação e de lá para cá, já soma mais de 4 mil horas de voo. Ele possui, além do Boeing, outras três aeronaves – dois monomotores e um helicóptero – pilotadas por ele para trabalhar e também nas horas de lazer.

A aviação, além de hobbie, se tornou aliada no trabalho do odontólogo. Casado e pai de dois filhos, ele é proprietário de uma rede com 25 clínicas dentárias em 7 Estados. E a agilidade do voo permite que o dentista acompanhe o andamento das unidades de perto. E ele faz questão de continuar a atender pessoalmente os pacientes da cidade de Urutaí, onde nasceu e morou até os 18 anos. Filho de um vaqueiro e uma cozinheira que ainda moram na cidade, Ailton vai ao local semanalmente para visitar a família e três dias no mês para atendimentos à comunidade.

O Boeing 737-200 não tem condições de voar, apesar de estar com sua estrutura preservada. Do lado de dentro, conserva a cabine do piloto com todos os equipamentos de comando. Até um livro com o relatório do último voo realizado está guardado atrás do banco do piloto. As poltronas em couro azul, com carpete da mesma cor, também estão em boas condições. “Apesar de ter ficado parado por cerca de dez anos, é uma aeronave que merece ser restaurada para ser preservada”. diz.

Contraste

A aeronave, que por enquanto ostenta apenas a cor branca e se destaca no meio do verde do pasto, contrasta com a realidade de uma pequena cidade de cerca de 3 mil habitantes, na Região Sul de Goiás. Os moradores do local já se acostumaram com a novidade, apesar de apontarem o dentista como “maluco” em alguns momentos. O borracheiro Marcelo Augusto Costa dos Santos, de 21, trabalha perto da fazenda do dentista. “Tem muita gente que para aqui para perguntar, saber por que o avião está ali e outros apenas param para fotografar.”

E a ideia de tornar o avião uma atração para a cidade anima o jovem. Ele diz que a localidade não possui muitos atrativos. “Quando queremos nos divertir, temos de ir para Ipameri ou Pires do Rio. Seria bom ter algo que trouxesse visitantes pra cá.” O odontólogo já tem o local que a aeronave deverá ficar em exposição. A área fica perto da fazenda e da entrada da cidade. O espaço deverá ser loteado e ter esse espaço reservado para lazer, com a implantação do hangar com a aeronave.

Existem alguns curiosos que perdem a vergonha e vão à fazenda para ver o avião de perto. Pai do odontólogo, Nadir de Oliveira, de 82, cuida da propriedade e já perdeu as contas de quantas pessoas foram ao local pedir informações e para tirar foto. “Acredito que são umas dez pessoas por dia”, estima. O vaqueiro aposentado cuida da fazenda e também duvidou que o filho compraria a aeronave. “É uma coisa que ele gosta, que o faz feliz, por isso não me meto, mas que é loucura, é”, diz.

Transporte

Depois de arrematar a aeronave, o odontólogo teve de resolver como faria o transporte. Informado de que teria 90 dias para retirar o avião do pátio do Aeroporto de Brasília (DF), ele precisou contratar equipe para desmontar e transportar as peças. As asas foram retiradas e dois caminhões realizaram a transferência. Foram quase três meses para desmontar e outros dois para remontá-lo na fazenda. O avião teve a antiga pintura retirada e, agora, recebe nova tinta. O próximo passo será aplicar duas faixas, uma azul e outra vermelha, em todo comprimento do avião para completar a reforma.
 
Fonte: O Popular, de 14 de dezembro de 2014.
 
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