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Pensamentos aleatórios

13 de novembro de 2015

Ex-Reitor da UFG menciona dois políticos importantes para a transformação dos câmpus da UFG de Catalão e Jataí em universidades federais autônomas: nem Jardel nem Marconi são um deles


Para aqueles que ficam acreditando na conversa de qualquer um sobre a "paternidade" da transformação dos câmpus da UFG em Catalão e Jataí em universidades federais autônomas, recomendo a leitura do artigo do professor Edward Madureira Brasil, ex-reitor da UFG, publicado no jornal O Popular na edição de ontem (12 de novembro) em que ressalta que foram as medidas tomadas ao longo dos anos pela administração central da UFG (como a destinação de orçamento aos câmpus, proporcional ao número de cursos e de estudantes e a reformulação de seu estatuto com vistas a contemplar uma estrutura administrativa mais ágil e descentralizada dos campus avançados), somadas à mobilização das comunidades locais (e não a articulações políticas individuais) que resultaram no amadurecimento natural do processo de independência e separação dos campus do interior.

Edward, no entanto, reconhece o importante mérito de dois políticos nesses processos e, adivinhem, nenhum deles é Jardel Sebba ou Marconi Perillo. Confira:

Universidades em Catalão e Jataí
Recentemente foi anunciada a criação de mais duas universidades federais em Goiás. Devemos, sem dúvida, celebrar essa conquista que impulsionará o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural e educacional do Estado. Vários Estados brasileiros têm mais de uma universidade federal, destaque para Minas Gerais com 11 instituições.
Nos anos 80, o reitor José Cruciano e sua sucessora Maria Cassimiro, com forte apoio dos prefeitos de Catalão e de Jataí, Haley Margon e Mauro Bento, respectivamente, e da sociedade local, instalaram unidades da UFG nesses dois municípios. As trajetórias dessas unidades foram marcadas por momentos de incertezas, pois sua sobrevivência dependia das prefeituras e do governo estadual, que mesmo comprometidos com a iniciativa, esbarravam ora em questões legais, ora em dificuldades econômicas, com reflexos diretos no cotidiano dessas unidades. Desde a implantação, foi primordial a atuação de professores, técnicos-administrativos, estudantes e munícipes das duas localidades, que lutaram incansavelmente pela manutenção e sonhavam com a emancipação dos câmpus.
Em 2005, os sete cursos de graduação existentes em cada cidade, contavam com 100 professores, dos quais apenas 30 pertenciam ao quadro federal e uma infraestrutura muito aquém da ideal. Programas do governo federal permitiram que, a partir de 2006, uma grande expansão fosse implementada. Investimentos de cerca de R$ 60 milhões em infraestrutura, recursos de custeio da ordem de R$ 80 milhões e a contratação de mais de 600 professores e quase 200 servidores técnico-administrativos, alteraram de forma significativa a configuração da UFG nos municípios. Atualmente, Catalão e Jataí contam com cerca de 25 cursos de graduação e 7 cursos de mestrado cada um, e infraestrutura de laboratórios de ensino e de pesquisa, salas de aula, gabinetes de professores, dentre outras instalações.
Medidas tomadas pela administração da UFG, como a destinação de orçamento aos câmpus, proporcional ao número de cursos e de estudantes e a reformulação de seu estatuto com vistas a contemplar uma estrutura administrativa mais ágil e descentralizada nessas regionais, somadas à mobilização das comunidades locais resultaram no amadurecimento natural do processo de separação. Agora as regionais de Catalão e Jataí, podem comemorar sua transformação em universidades federais, o que lhes permitirá consolidar sua inserção local, regional, nacional e internacional.
A trajetória de crescimento com qualidade, experimentada pela UFG nos últimos tempos, teve como pilares questões simples, porém essenciais, que podem orientar o trabalho de implantação das duas novas universidades. É essencial manter e ampliar as parcerias que historicamente asseguraram a sobrevivência e o crescimento destes câmpus, reforçando o trabalho das reitorias com prefeituras, governos estadual e federal. Não se pode perder de vista, também, que a existência de instituições de ensino públicas só faz sentido se estas estiverem atentas aos principais desafios de nossa época, ouvindo e dialogando com diferentes sujeitos e sempre se pautando pelos anseios da sociedade. Outros valores basilares da universidade são a pluralidade de ideias e a liberdade de pensamento e de expressão, o que pode ser traduzido em muitos aspectos da atuação da universidade, especialmente no seu caráter suprapartidário, laico, independente e de respeito e responsabilidade com todos os segmentos da sociedade.

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