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Pensamentos aleatórios

2 de fevereiro de 2016

Mensagem de Jardel debocha dos demitidos da MMC

A mensagem abaixo, publicada no Facebook, foi lida na integra no Programa do Jardel veiculado pela Rádio Sucesso no último sábado (os trechos sublinhados em vermelho são destaques meus):


É uma bela mensagem ao povo catalano, não é? Uma mensagem forte, endereçada a uma população preocupada com o impacto da extinção de mais de mil postos de trabalho. Uma mensagem de fé em dias melhores e em uma recuperação econômica que virá. Uma mensagem de liderança, que demonstra que o que é possível ser feito está sendo feito. Enfim, uma mensagem para dar segurança e esperança aos catalanos... ou, ao menos, foi essa a intenção. Pena que confrontada com os fatos a mensagem do Programa de Jardel se torna uma enorme peça de deboche.

Por quê?! Porque Catalão é a cidade do interior de Goiás que lidera o ranking do desemprego em 2015 (dados do CAGED do Ministério do Trabalho), principalmente por causa da crise na MMC, é verdade, no entanto nenhuma nova empresa se instalou na cidade desde 2013, justamente o ano do início da Parceria com o Governo de Goiás, que seria tão benéfica para Catalão e até hoje não rendeu nem um sebazol derrancado, ao contrário de outras cidades que não tem um prefeito compadre do governador e mesmo assim receberam investimentos, indústrias e empregos.

Cadê a parceria? Cadê a vantagem de ser amigo do governador? Quando é que a relação afetuosa atraiu novas empresas, investimentos e empregos para nossa cidade?

O DIMIC continua com a mesma área de 20 anos atrás; o aeroporto, mesmo inaugurado e reinaugurado várias vezes, não possui uma única rota de voo comercial; as rodovias estaduais estão em estado de calamidade e a prometida duplicação até Goiânia já foi há muito esquecida; as estradas rurais necessitam que os próprios produtores se unam e reformem as vias para ter condições de escoar sua produção; a rede de energia da CELG continua capenga, impedindo o pleno funcionamento das industrias no horário de pico. 

A mensagem diz que não é possível intervir nos mercados internacionais, e é verdade, mas seria possível usar do prestígio e amizade para atrair empresas que foram para Pires do Rio, Ipameri, Luziânia, Jataí, Aparecida de Goiânia, Palmeiras de Goiás, Itumbiara, Anápolis e outras cidades. Empresas que juntas investirão mais de 1,4 bilhão de reais e vão gerar 13 mil empregos... e nada para Catalão.


A mensagem diz também que os demitidos estão sendo reintegrados ao mercado de trabalho, o que não é verdade. Desde agosto a crise na MMC é noticiada na imprensa goiana e as demissões vinham sendo pressentidas pela sociedade catalana, mas nem assim houve por parte da Prefeitura qualquer esforço para atração de empresas ou criação de programas de requalificação profissional e empreendedorismo, nem mesmo após o começo  das demissões, deixando os trabalhadores lidarem sozinhos com o problema. 

Para fechar com chave de ouro o prefeito diz que foi convidado a testemunhar em favor da MMC e da importância da empresa como geradora de empregos e riqueza para a região sudeste, mas não é isso que está sendo julgado na ação penal da Operação Zelotes e sim a formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção ativa supostamente praticadas pelos diretores da empresa que indicaram Jardel como testemunha de defesa (Eduardo Souza Ramos, Paulo Afonso Ferraz e Roberto Rittscher). Ou seja, nenhum deles está preocupado com o emprego dos catalanos (ou não teriam sonegado 266 milhões de reais em impostos) mas sim com escapar da prisão e das pesadas multas por sonegação fiscal que é o verdadeiro motivo da crise na MMC, pois é conhecida a intolerância dos japoneses com corrupção e os Mitsubishi certamente não estão gostando do envolvimento de sua marca em um escândalo nacional.

Mas do jeito como pensa o prefeito, pode ser que ele ache normal que os diretores da MMC soneguem, formem quadrilha e lavem dinheiro desde que mantenham a fábrica aberta e os empregos garantidos, pois "Justiça sim, mas com emprego" (acho que o correto deveria ser "emprego sim, mas obedecendo a lei"), mas o que esperar de alguém que acha normal, legal e moral um padre ficar 20 anos recebendo sem trabalhar na Assembleia Legislativa de Goiás?

Acho que a maioria da população não concorda com isso.

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